Hoje ouvi as ladainhas do ódio e do amor. Sou daquelas que bota fé que a vida é maré alta, afoga quem não a respeita.

Hoje conversei com a dor, dor da imensidão do sentir, e dói, e é abismo, e é engolidor, e é condição do existir.

Se existo, estou em queda nesse abismo de sensações desenfreadas com um frio na barriga de quem cai ‘não sei onde’, batendo em vários ‘não sei o quê’.

Com os poros da pele em luta, reagindo como se precisasse sobreviver ao que me afeta sem ser consumida e desfeita no caminho.

Sinto muito. Chega a engasgar o olhar, ensurdecer a pele. E tento ser forte, tento ser corajosa, mas o sentir muito me faz querer morrer pra não sentir, e me faz querer viver quando me sinto morrer.

Resisto. É um eterno cair e aprender a morrer com honestidade, carregando toda amplitude da vida que eu puder suportar nessa queda constante do sentir sem paraquedas, e com pressa.