Tudo posso naquilo que sinto. E se não sinto nada, quando percebo uma emoção, tento agarrá-la com a delicadeza de quem segura uma pluma.

Em tudo o que é novo, há um encanto efêmero que se esvai com a marcha inexorável do tempo. Há a implacável obsessão do Tempo em nos subtrair tempo! Percorro o dia à deriva desse fluxo, e ainda assim, é sempre insuficiente para tudo o que eu sinto.

O caos possui substância, tempera, criador de musas. A felicidade sozinha talvez interrompa. A busca, a inquietude, o desejo, o ‘e se’, o proibido, a revolta, são as asas que levam ou salvam do caos.

É na cama, esse barco à deriva, que encontro e perco pensamentos incessantemente. E ainda prefiro meu caos interior à calmaria dissimulada e deslumbrante do que está fora de mim.

Ainda passo um dia inteiro na cama, acompanhada por esse tal Tempo durante esse tempo efêmero. Qual maneira melhor de aproveitar seu tempo do que ao lado do Tempo?