A vida real para muita gente aqui, no Brasil, está mais difícil. Os preços corroem os salários, a carga tributária e as mudanças fiscais atuais pesam no bolso, e muitos mal conseguem colocar comida na mesa. Não é discurso, são fatos sentidos, no cotidiano, que tornam a vida cada vez mais sofrida. O discurso de humanidade soa vazio e hipócrita quando famílias enfrentam desemprego e insegurança — não são apenas números, são vidas. Democracia não consiste em agradar e conviver com figuras autoritárias de outros países, mas sim em manter o povo brasileiro acima das convicções pessoais, preservando liberdade, justiça e dignidade de vida para todos. Soberania começa dentro de casa. Vamos fazer um checklist da casa juntos?

O que alguns indicadores podem mostrar como “avanços”, como a saída do país do Mapa da Fome da ONU, é pago justamente pelo próprio povo, que vê o custo de vida subir enquanto políticas de compensação são usadas como manobra para enganar, ludibriar. O desemprego formal está baixo, 5,6% até agosto de 2025, segundo o IBGE, mas o que se observa é um crescimento do subemprego e a precarização da renda, somados a uma inflação — que acumulou 5,1% nos últimos 12 meses — e a carga tributária bruta do governo geral atingiu 32,32% do PIB em 2024, o maior patamar em 15 anos, pressionando principalmente as famílias mais vulneráveis e, corroendo qualquer mínimo poder de compra. Ainda assim, o governo insiste em discursos de prestígio internacional, humanismo e “avaliação positiva”, enquanto o povo enfrenta cortes e contingenciamentos em áreas essenciais, como educação e serviços públicos. A vida real para grande parte da população brasileira, na prática, está cada vez mais difícil.

Recentemente, foram implementadas mudanças significativas na tributação de aluguéis de imóveis. A Lei Complementar nº 214/2025 estabeleceu que proprietários com mais de três imóveis alugados e receita anual superior a R$ 240 mil deverão recolher o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), além do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). Embora a intenção seja tributar grandes proprietários, é provável que transfiram esses encargos para os consumidores finais, resultando em aumentos nos preços dos aluguéis.

Além disso, o quadro se agravou pelo atual modelo de alienação fiduciária: uma família pode perder o imóvel em poucos meses de inadimplência, por decisão extrajudicial, sem sequer passar por um julgamento formal (o banco não precisa te levar a justiça e não existe mais proteção contra os contratos abusivos). Ou seja, em um cenário de alta nos aluguéis e instabilidade no emprego e renda, o risco de despejo se torna ainda mais real e cruel.

A proposta de taxação dos super-ricos busca aumentar a arrecadação sobre os mais endinheirados. No entanto, há críticas de que essa medida pode não ser eficaz na redução das desigualdades, já que os super-ricos frequentemente repassam os custos de seus produtos e serviços para os consumidores. O efeito pode ser perverso: o custo do imposto recai sobre a ponta mais frágil da sociedade, pressionando o acesso a bens e serviços básicos de todos nós.

Aí, ganha-se isenção de IR para quem ganha até 5 mil, por exemplo, mas, a conta de luz sobe absurdamente. No país da contradição, gritam justificativas como a luta pela garantia de que ‘todos tenham acesso’, mas isso não é possível sem a garantia de ‘livre mercado’, caso contrário, o acesso será a que? Não tem nexo, não tem lógica e nem case de sucesso na história: o problema com o socialismo é que ele só dura até acabar o dinheiro dos outros (grande Margareth). É preciso igualdade, mas é preciso inteligência mínima para isso e menos emoção.

Continuando o checklist, a página oficial do FGTS informa que já existe previsão legal para suspensão da obrigação de recolhimento do FGTS em situações de calamidade, conforme a Lei 14.437/22, aplicada quando há desastre natural ou circunstâncias extraordinárias que comprometam a capacidade contributiva. Essa suspensão não representa um “congelamento total” permanente do fundo, mas sim uma adaptação em circunstâncias específicas. Se essa medida for ampliada de forma indiscriminada, o risco é que trabalhadores percam previsibilidade e segurança sobre seus depósitos, fragilizando ainda mais o FGTS como mecanismo de proteção social e habitacional.

Nos últimos meses, o governo anunciou que a Educação estaria “protegida” dos grandes cortes do orçamento. Mas, na prática, universidades e institutos federais chegaram a perder R$ 340 milhões, recebendo somente depois a promessa de devolução de parte desse dinheiro. Isso significa que, mesmo com o discurso de proteção, houve redução de recursos que sustentam bolsas estudantis, manutenção de prédios, laboratórios e serviços básicos. Ou seja, o setor não foi de fato preservado, e ninguém está falando nada.

As lideranças indígenas continuam denunciando graves violações de seus direitos e de seus territórios. Em 2025, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apontou omissão estatal diante do avanço do garimpo ilegal, da violência armada e de ameaças às demarcações de terras. Durante o Acampamento Terra Livre (ATL), líderes afirmaram que, apesar da criação do Ministério dos Povos Indígenas e de maior visibilidade institucional, as ações concretas são lentas e insuficientes. Um exemplo concreto foi a aprovação do PDL 717/2024 no Senado, que suspende homologações de Terras Indígenas em Santa Catarina, afetando povos Guarani Mbya e Kaingang.

Além disso, a mineração de potássio na região amazônica e o leilão de blocos de petróleo e gás na Amazônia Legal, promovido pelo governo Lula em 2023, mostram que, na prática, há exploração econômica intensa de áreas sensíveis. Enquanto o governo apresenta esses projetos como estratégicos para a economia e independência nacional, lideranças indígenas e ambientalistas denunciam impactos ambientais, riscos à biodiversidade e ameaça direta à sobrevivência de comunidades inteiras, evidenciando a contradição entre discurso de preservação e ação governamental.

Os Correios enfrentam uma crise financeira sem precedentes. Para enfrentar a situação, a empresa solicitou ao Tesouro Nacional um aporte de R$ 7 bilhões, sendo R$ 2 bilhões ainda em 2025 e outros R$ 5 bilhões em 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a situação da estatal, mas disse que não há espaço no orçamento para novos aportes. A estatal segue, assim, em direção à falência.

E o INSS? Enfrenta uma crise sem precedentes, resultante de um esquema de fraudes que desviou até R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), revelou o escândalo que envolveu, inclusive, o Sindnapi – Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – vinculado a José Ferreira da Silva, irmão do presidente Lula, conhecido como Frei Chico.

O governo, como ‘herói’, tomou medidas disponibilizando R$ 3,3 bilhões para ressarcimento das vítimas, mas é preciso destacar alguns pontos: primeiro, o dinheiro para a devolução dos valores descontados indevidamente do INSS vem do próprio Tesouro Nacional, ou seja, do Orçamento federal, composto por impostos e contribuições de toda a população. Na prática, isso significa que o governo usa recursos públicos arrecadados do cidadão comum para ressarcir aposentados e pensionistas lesados, comprometendo outras áreas de investimentos públicos.

Segundo que quem presenciou o atendimento aos pensionistas nos Correios percebeu a malandragem cruel: idosos humildes, sem conhecimento de celulares ou tecnologia, eram informados no caixa de que poderiam receber apenas R$ 600 imediatamente ou dar entrada e esperar avaliação correta de valores, sem prazo definido. Por não entenderem e pela necessidade obvia do dinheiro, muitos deixaram de receber quantias bem maiores do que perderam, enquanto colaboradores dos Correios se sentiam constrangidos e tentavam prolongar o atendimento. Dava vontade de chorar de dó.

A novela INSS segue, entre a lentidão das investigações e a falta de transparência na devolução dos valores, enquanto a base do Lula blinda investigados ligados ao Careca na CPMI (se é suspeito, por que raios de motivo que o cidadão não pode ir para ser interrogado, explica isso!), enquanto Bolsonaro é preso por suspeitas (culpado até que se prove o contrário). Quando há dois pesos, duas medidas, para a mesma balança, deve-se perder nossa total credibilidade e respeito.

Nem vale mencionar a anistia (que daria mais 5 páginas de texto), que se tornou moeda de troca para acomodar interesses políticos, enquanto a população se debate em ideologias rasas e inocentes. É desumano e injusto que, sob o manto da justiça, o Supremo Tribunal Federal mantenha idosas em cárcere sem provas, apenas pela presunção de culpa, ignorando provas de defesa (muitas delas nem abertas ou lidas). Mulheres como Vildete e Iraci, com mais de 70 anos e comorbidades graves, são condenadas a longas penas por atos que não cometeram, baseadas em acusações não comprovadas. O STF, em vez de ser o guardião da Constituição, tem se mostrado um tribunal de vingança, criminoso, onde a presunção de inocência é ignorada e a dignidade humana é violada violentamente.

E enquanto o povo sofre, a sabedoria que deveria guiar os governantes permanece ausente. Só há esperança se a sociedade reencontrar a coragem de buscar a Verdade e a Justiça, acima de ideologias, afetos particulares e interesses que corrompem a alma do país. Sinto-me roubada diariamente, trabalhando como uma louca e mal conseguindo o básico, enquanto não vejo nenhuma melhoria concreta do governo para o nosso dia a dia — muito pelo contrário, cada vez surge uma novidade pior. Tenho todo o direito de expressar minha insatisfação — não por rancor, mas por amor ao que este país deveria ser. O que escrevo não é fruto de mágoa, mas da realidade concreta. Minha crítica é legítima, fundamentada em dados e observações da vida real da população, do comércio, dos CLTs, dos empresários, das escolas, das famílias. Da minha vida.

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