É a história que transpira a palma da mão,
No silêncio que só fala ao coração.
Nossa Senhora, a Mãe de Deus é nossa mãe,
E é ela quem busca todo filho do chão.
Entre rezas, esperanças e cantigas,
Seguimos na estrada das mulheres antigas.
Guiadas pela luz que a Mãe irradia,
Na dança eterna da vida que se recria.
O perdão é um rio que flui sem fim,
Lavando as dores e os pecados do jardim.
Na história, um longo fio de lágrimas e lutas,
De mulheres que ergueram muralhas e grutas.
Nossa Maria, guardiã de todas as graças,
Ela vem aos olhos de quem, na fé, se abraça.
Nos sulcos da história está a nossa missão,
De vivermos hoje em plena imensidão.
Mulher, perdoa-te, como Maria te perdoou,
Pois das mulheres, que enfrentaram tempestades,
Nasceu uma linhagem de mulheres de verdade.
Em cada curva do rio, em cada pedra do chão,
Ecoa o grito daquelas que não sonharam em vão.
Hoje, está em nossas mãos o poder de escolher,
Viver a liberdade que um dia muitas almejaram ter.
Tropeços e erros fazem parte da liberdade do trajeto,
E são eles que nos tornam mais fortes no afeto.
A cada queda, nos levantemos com coragem,
Seguindo adiante, rumo à nossa própria imagem.
No eco dos tempos, ouvimos o chamado,
Das mulheres que vieram antes, ao nosso lado.
Seguimos em frente, sem medo de errar
Nas pegadas de Maria, aprendendo a nos amar.
(texto após minha primeira visita a Aparecida do Norte)