O amor não é calmo, ele é mais um formigamento danado de sentir. Quando o amor é ‘dos baum’, ele dói, lá no trecho entre o coração e a garganta, pega no ar que passa e passa direto, num vai e vem, deixando o peito meio desassossegado.
É coisa séria, pode acreditar, quando me embrenhei de verdade no amor, fui tempestade, aquelas de derrubar telhados. Ainda amo, e ainda dói, é assim, uma mistura de encanto e desatino esse danado.
O amor, faz uma confusão danada na vida. Amar nos confunde as delimitações de nossa própria pele, esfarela nossa personalidade pelos poros, como se nunca tivesse existido um eu antes, e, acredite, fica impossível continuar sendo o mesmo. É uma bagunça bonita, é um jeito de desorganizar a ordem das coisas e descobrir novas desordens.
É tipo como se na infância do meu sentir, a saudade querendo brincar, bate à minha porta, bate na aorta. Aprendi a rimar saudade com ternura, e não com despedida torta.
Na mente há um quintal encantado, onde lembranças são parceiras que me ensinam a falar de saudade com toque de arco-íris animado.
É só em palavras miúdas, que encontro o calor do reencontro. Saudade é sempre um abraço em verso pronto.
Entre nuvens de algodão, o sol se veste de sorriso. Na saudade, construo pontes para te encontrar e te trazer comigo.