No ocaso dos dias, na penumbra a cair,
Surge a pergunta, no silêncio do existir.
Nas dobras do tempo, um sussurro a bater:
O que você quer ser quando morrer?

Um eco no vento, da sombra à luz,
Na dança das estrelas, na noite que seduz.
Entre sonhos e pó, a história a tecer,
O que você quer ser quando morrer?

Na sombra dos dias, onde o sol declina,
O que você busca quando o fim se inclina?
No húmus e no silêncio que chora,
Qual semente quer ser quando a vida evapora?

Será brisa suave, a acariciar o mar,
Ou um verso perdido, a flutuar no ar?
Um eterno aprendiz, em busca do saber,
O que você quer ser quando morrer?

Será acorde suave em canção inacabada,
Ou o sorriso em lembranças guardadas?
Quer ser a lágrima que se transforma em mar,
Ou a estrela do eterno a brilhar?

Será a saudade, que aperta o coração,
Ou a flor que desabrocha na vastidão?
No palco da vida, onde escolhas vêm a doer,
O que você quer ser quando morrer?

No rastro das estrelas que já se apagaram,
Qual constelação você quer que seja lembrada?
O que deseja ser quando o tempo se encerra,
Na dança silenciosa da última primavera?

Talvez ser eco nas montanhas do tempo,
Ou poeira feita de passado no vento.
Páginas não lidas de um livro esquecido,
Ou o suspiro de um verso perdido.

Na tapeçaria do tempo, cada fio a tecer,
Na dança das horas, o caminho a percorrer.
Entre o agora e o além, entender,
O que você quer ser quando morrer?

No crepúsculo das almas, cada passo,
Na última cena, no último ato,
Ao entardecer da vida, o que há de escolher,
Na quietude do peito, o que quer renascer?