Saudade honesta, dor que condena,
A falta torna o mundo uma sala pequena.
O amor abandonado que se esconde,
Dos cantos da minha alma, te responde.

Por erros sem intenção, viro folha ao chão,
No outono caída, sem meu coração.
O vai passar, parece nunca findar,
As falhas que ensinam, alma a mudar.

Resiliência carrega cicatriz.
Sobrevivente de maus tratos,
Colando tristezas em retratos,
Segue em frente infeliz.

Mente marcada, passado cruel,
Machucados na alma, história de fel.
Beleza na dor, força no lamento,
Busca por amor, eterno intento.

Navegante de incertezas, mar a explorar,
Esperança no peito, porto a buscar.
Na escuridão do amar, nos recônditos do ser,
Canta serena, a vontade de morrer.

Mas todo dia a esperança me faz viva,
Me doando o desejo de amar e viver,
Mesmo que à deriva no mar da vida,
Só para saber se um dia, voltarei a te ver.