No vasto universo do meu ser a terra se abraça com o céu. Sensação de acasalamento, de aconchego sem réu.

Aceito a pedra que sou, com suas fissuras e rugosidades, pois nela repousa as histórias de anos de jornada. Também aceito a correnteza às vezes mansa e às vezes tempestuosa dos sentimentos, tanto dos meus como as do próximo, sem ressentimentos.

Escolho estender a mão da aceitação, compreendendo que cada ser é uma obra inacabada, uma constelação de sonhos e falhas. No perdão, desato os nós que aprisionam o coração.

No quintal do ser, no terreiro da alma, aprendo cada dia mais sobre a calma.

Perdoo a mim mesma pelos caminhos que não segui, pelos sonhos que falhei. E perdoo ao meu próximo pelas expectativas que eu mesma criei.

Na jornada de ser e estar, aceito a minha humanidade por onde vou. Não julgarei ninguém pela ótica da minha dor, pois é no encontro genuíno com o outro que descubro a plenitude de ser quem sou.

Aceitar, perdoar, ser do jeitinho que é, assumir a vida sem medo de se perder, é simples a melodia da verdade no viver.