Amargo novembro

Num mês que desfolha ausências lentas,O coração, torna-se mendigo do que acalenta.Palavras esguias, vilãs, inventamDe tudo, para me salvar da tormenta.Do tempo que se estende, das horas que inibem,O vazio é palco onde as saudades se exibem.Amargo novembro tem eco em...

Assobios leves da vida que canta

Na dança do meu nascimento, tico-tico cortejou,Gavião ou saracura, o oito ou oitenta me atentou.Nasci humano, criatura insossa do sentir,Dedico erros, doces e patéticos, a um coração a se iludir. Forjado para ser meu, ele persiste em pertencer ao próximo,Maestro a...

O Canto da Memória

Memória é espelho submisso e fiel. Refém de estímulos, ela guarda lembranças que se entrelaçam e histórias deixam lacunas em trilhas da vida não revelada. Mala sem alça, onde estão os fragmentos de nossa jornada e de nós, como quadros de museu pendurados no palácio da...

Da feira ao farol

Pessoa que é gente, anseia ser amada.Mas no mercado humano, tudo se degrada sem novidade.Na liquidação de gente não há mais gênios, nem inéditos.Apenas vozes gritando autopromoções em busca de felicidade. Cada um suporta sua própria existência,Enfeitando suas vidas...

‘Eu’ na terra do nunca

Estive por muito tempo perdida, de mim mesma. Na verdade, ainda tenho lá minhas dúvidas se sei realmente onde e quando estou. Ou mesmo quem é esse tal ‘eu’ que se perde por aí. A consciência brinca quando a levamos a sério. Nunca sei se sei, ou se apenas acredito...